Fragmentos
16:30
Revirando sentimentos
em meu íntimo, soprando sobre meu coração, me acariciando, segurando em minha
mão e me guiando como uma criança totalmente dependente de seu pai. Eu Te sinto
aqui, repousando, descendo sobre mim, por todos os lados, aqui, dentro de mim.
Eu clamo por Ti como
quem desesperadamente clama por água num deserto. Tu invades meu coração me
transbordando de amor, meu coração se tornou Tua morada, e eu clamo por mais.
Eu sinto Teu abraço e
me ponho a chorar, as lágrimas vão rolando sobre meu rosto e, suaves, caindo
sobre o chão. E o meu ser a se alegrar por inteiro, pois meu coração já não
pode suportar tamanho amor que me invade e transborda.
Chegaste como uma onda
que me acertou e me levou, e foi me levando à medida que eu deixava me levar, e
agora está me afogando sem que eu grite por socorro, pois quero afogar-me mais
em Ti; mergulhar e me perder cada vez mais no teu amor.
Em uma estrada longa e
pedregosa estou. Com os olhos mirando-Te, as vezes perto as vezes longe, corro
incansável para Te alcançar, mas com Tua espada transpassaste-me a alma e agora
ajoelhado estou a sangrar, me esvaindo em clamores e prantos, estendendo a mão
tentando Te tocar, pois feriste-me de amor.
Mais que um instante,
Tu és o que eu vivo, és tudo que eu preciso, a brisa que sopra dentro e sobre
mim, Tu és o que eu não toco, mas sinto. Meu refúgio, meu abrigo. Não sei Te
explicar, mas quero mais adentrar, me afogar. Dentro de mim és como o que ao
mesmo tempo expande e reprime. Busco-te em cada detalhe da Tua criação.
Entronizado acima dos
querubins, assentado gloriosamente no terceiro céu. Não consigo imaginar como
um ser tão puro, excelso, sublime e perfeito pôde tanto me amar, eu, ser
pequeno, frágil, impuro e imperfeito. Não há dimensão, não comparação do amor
que a mim foi atribuído.
Rodrigo Santos.
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