...

 

A exaustão me fez conformar com o monótono dia-a-dia. Aceitei essa decrepitude , não sei até quando. A raiva floresce quase todas as manhãs, desabrocha em tédio e pelo noite, some.

A ânsia de vômito não voltou mais e não mais empalideci. Tudo parece tão insípido, mas tão pouco exasperador que essa quietude quase pode ser chamada felicidade.

Não tenho mais pensado nisso com tanta frequência, mas acho que há dias em que não me importo em viver mais um dia, outro dia monótono, mais uma chance para a raiva fluir e depois desaparecer.

Ausência

O sangue escorre para fora como suor até restar apenas o frio e a ausência que sou.

Estou inerte sob uma vastidão de luzes fracas. A multidão passa incessantemente e minha voz falha.

Dias que se acumulam e emaranham descoordenadamente, sem propósito, apenas existindo em caos dissonante.

O canto agudo ao longe ressoa com a quieta agitação interna. O estardalhaço dos pássaros ao entardecer soa como um mau agouro. Tento decidir se é algo realmente indesejado.

O aroma azedo da inalterabilidade impregna e nauseia. A escuridão desce em incerta calmaria. O dia levanta outra vez em escuridão.

Popular Posts

Like us on Facebook

Instagram