A morte da Morte




Eis que a vi à minha frente, um tanto pálida, um tanto triste, um tanto morta. Fitava-me seriamente com um semblante de quem estava a pensar. Perguntei-lhe em que pensava e por que estava a me olhar tão fixamente. A Morte pôs-se a falar com uma voz rouca e amargurada, porém ainda com olhar fixo e distante:
— Enquanto a observar-te estava, uma questão em minha mente passou a me incomodar. Não tenho certeza se um dia te levarei comigo, és diferente dos demais homens, pareces mais vivo que eles. Talvez
não chegues a experimentar do meu beijo, pode ser que sejas arrebatado de meus braços sem que eu possa sentir o sabor de teus lábios ou apenas um sono leve te leve para que um dia sejas acordado e levado para longe de mim, pois um dia me foi perguntado: onde está ó Morte a tua vitória? E várias das cartas de possessão que eu tinha foram compradas, e agora só o que posso é observar-te ao longe esperando sem esperança a tua queda.
Um tanto curioso a perguntei:
— Por que dizes esperar sem esperança a minha queda, moça nefasta?
Respondeu-me a Morte:
— Porque vejo teu andar e a tua vida, sei que és protegido daquele que decretou a minha derrota. Queria ao menos tocar-te, mas perto não posso chegar, tenho quase certeza que nunca mais serás meu. Foste subitamente tomado de mim, já não me pertences mais e agora estou a prantear amargamente, pois as almas que um dia tive em minhas mãos me foram tomadas e incessantemente busco almas que comigo queiram dançar uma mórbida dança, mas aqueles que me foram tirados ainda pesam no âmago e o opróbrio está sobre mim, não tenho quem me socorra e meu fim é certo.
Com um sorriso sarcástico no rosto disse-lhe:
— Teus lamentos não suporto mais, és objeto de escárnio para mim, saias da minha presença! Vai-te para longe de mim e em teu lugar espera a tua hora, que de longe eu observarei a tua morte, oh Morte.
E da minha presença se foi com sua típica amargura e ódio sabendo de sua derrota e que sua morte era certa. E eu a desejar nunca mais me defrontar com tal desgraçada presença. Para mim apenas a Paz é certa e da Morte já não me lembro mais.


Rodrigo Santos.

Introdução ao blog

Por enquanto o projeto do blog está andando devagar, mas em breve começarei a postar algo e a formatar o blog. A Mudança das Estações se refere a um texto de minha própria autoria que exprime que é comum e necessário que passemos por mudanças constantemente e que permitamos que Deus trate nossos corações, por mais doloroso que seja no momento. Agradeço a Geyna e ao Wagner pela ideia do blog. Em breve estarei em plena atividade, aguarde.

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