O silêncio de minhas mãos

O silêncio de minhas mãos me incomoda, meu coração pulsa calado e minha mente embaralhada almeja ver você aqui.
Quero te ver novamente, quero te ver diferente. Queria ao menos ver-te ao longe, nem que fosse um instante. Quero em teu rosto ver um sorriso agora diferente, não mais algo relutante.
Queria ver teu coração leve, livre da amargura acumulada. Quero ver-te livre da
tristeza, leve a sorrir. Dói meu coração ao teu sorriso lembrar, meigo sorriso, mas disfarce da angústia de toda uma vida, mais que um disfarce, era uma fuga da realidade.
Tão triste o teu coração que parecia já não haver mais vida. Seu olhar revelava um peso, peso que ao perto eu sentia.
Seu sorriso por tanto tempo como máscara serviu que um dia enfim não suportou e caiu, se desfez tornando em lágrimas que revelaram-se a rolar pela triste face agora à mostra, já não havia sorriso para escondê-las, restaram apenas mãos angustiadas sobre o rosto inocente.
Agora longe, nada mais posso fazer, apenas por ti orar. Quero em tua vida ver algo diferente a se revelar. Teu olhar sem expressão tantas vezes me torturava por revelar o quão vazia por dentro estavas.
De todas as formas era possível ver o profundo abismo onde se encontrava, era como se tanta amargura lhe tivesse feito a alma dormente.
O que me resta neste momento é o desesperado anelo de te ver mudada, de ver-te livre desse fardo e avistar-te a descansar à sombra do Onipotente, queria ao menos encontrar-te outra vez; não quero contigo reencontrar, mas uma nova criatura em ti encontrar.
E aqui deixo meu desejo, meu suspiro, meu grito, meu anelo, a oração que por ti faço.
Rodrigo Santos.

Obsessão



Por tanto tempo vaguei em minha mente, tentei entender o que não podia, quis justificar o que a minha mente não sabia. Foi pura tolice, criei um ser sublime, porém, limitado em minha mente; coloquei o Deus Altíssimo à minha altura para entendê-lo, e o subestimei.
Fui tolo o suficiente para por o meu Criador à prova, tentei entender o que estava além do meu entendimento. Contei histórias, escrevi canções, declamei poemas, gastei horas refletindo incessantemente para explicar o que minha limitada mente não conseguia entender.
Tentei explicar a razão e o porquê de tudo, e esqueci de olhar à minha volta.
Elaborei textos e teorias a fim de entender mais; tentei entender o meu Deus com a minha mente, tentei sondar o insondável; estava obcecado, queria uma prova palpável, uma ideia reconfortável, algo que se encaixasse à minha mente, pois tanto não conseguia refletir, não podia entender.
Não entendia sobre o Amor, e sobre o amor dissertei, em minha mente transformei-o em objeto de forma a examina-lo, tentei lhe dar limites, tentei sondar, explorar… em vão. Tudo o que consegui foram duas páginas de palavras repetidas. Repeti o mesmo por vezes, mas quanto mais tentava, mais descobria ser medíocre, pequeno e limitado.
Tentei apresentar para outros algo compreensível, algo que parecesse caber dentro dessa nossa pequena realidade, porém, mais frustrado ficava, pois meus lábios queriam proferir algo impronunciável, meus pulmões se enchiam de ar para gritar e proclamar incessantemente, mas não conseguia, pois queria compreender o incompreensível.
Tentei dar forma ao que meus olhos não contemplavam.
Entrei em contradição comigo, quis provar naturalmente o sobrenatural, enquanto isso, mais queria provar, queria ver um milagre, algo sobrenatural, algo extraordinário; estava tão obcecado que esqueci de olhar ao redor, não consegui compreender que o sobrenatural por tantas vezes se apresenta nas coisas mais simples e naturais, que as coisas mais extraordinárias sempre estiveram diante dos meus olhos.
Tudo que eu precisava sempre esteve à minha volta; demorei demais para perceber que tudo que eu tinha, tudo que eu respirava, pisava e tocava eram uma mensagem a dizer: “Olha para mim! Eu sempre estou contigo onde quer que andes, eu te amo, quero conhecer-te, e quero que tu me conheças!”
Ele sempre esteve perto, esperando que eu percebesse, mas estava tão obcecado buscando provas complexas que esqueci de observar o que há de mais simples, foi então que percebi que havia alguém por detrás de tudo, porém, não estava escondido, ara apenas eu que não queria perceber.
O complexo se tornou simples, e o simples se tornou complexo. Então pude ver com outros olhos e perceber o que há tanto havia perdido, foi como escamas a cair dos meus olhos e com maior clareza então pude ver.
Lembrei-me daquela história que sempre ouvia de um homem que morreu numa cruz para me salvar, nunca compreendi muito bem a história, parecia complexa demais para minha mente. Sempre tentei entender o “morreu para nos salvar”, mas não entendia, aos ouvidos parecia-me loucura.
Descobri que se sucedeu na cruz foi por mim, também não compreendia isso, mas aceitei.
Pensando melhor, entendi que se Ele havia entregado sua vida pensando em mim, eu também entregaria a minha a Ele.
Um desvario? Talvez! Mas consegui provas o suficiente da sua existência e do seu amor, não as que eu buscava, mas a que Ele me deu a conhecer.

Rodrigo Santos.

A mudança das estações




A mudança das estações é dolorosa, confusa e silenciosa, mas necessária. Do alvorecer ao por do sol ouço o silêncio, mas algo incomoda meu coração.
Pergunto-me o que fazer e uma voz suave responde ao meu coração em meio ao silêncio. É a voz do meu Amado dizendo: Esta é a mudança das estações, é hora de você mudar.
O sol mudou seu brilho, os pássaros cantam como que mais aliviados, o vento sopra mais suave e o meu coração bate incomodado com
algo, quase angustiado.
Vejo-me em dúvida em meio à movimentação de um cotidiano que já parece não fazer sentido e digo a mim mesmo que desejo desaparecer de em meio a tudo, então ouço uma voz que diz que ainda há o que fazer aqui.
Quando nada mais faz sentido e me pergunto aonde ir, novamente ouço aquela voz e me diz: Eu sou a tua porção e a tua herança. Ao reconhecer a voz que me falava, me rendo dizendo: Tu és para mim e eu sou para Ti.
Apesar de ser indigno me carrega em Sua graça, e apesar de meus lábios serem impuros, me acaricia quando calo.
As folhas vão caindo sobre mim, o vento soprando contra minha face, pássaros por todo céu, o som das águas em um avermelhado findar de tarde, o meu olhar distante; tudo está mudando, à minha volta e dentro de mim. O relutante desabrochar de uma nova flor.
Meu coração está sendo tratado, as feridas sendo tocadas, meu íntimo sendo revirado para consertar minha imperfeição. Mais uma vez a me quebrar, a dolorosa e necessária mudança das estações.


Rodrigo Santos.

“É ele que nos conforta em toda a nossa, para podermos para consolar os que estiverem em qualquer angústia com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” I Coríntios 1:4

Projeto Ide África



http://projetoideafrica.blogspot.com.br

Hoje estou aqui desfazendo a minha regra de postagem semanal, pois existe algo que me incomoda bastante, que é o caso de outras nações que não conhecem Jesus ou passam por situações difíceis de várias formas.
Um caso que me incomoda bastante é o do continente africano, um continente que historicamente já sofreu bastante - escravidão, dominação, guerras civis, pobreza, entre outros – e ainda sofre até hoje.
É um continente que têm diversas necessidades, e uma delas é espiritual. Diversas vidas que ainda não conhecem a Jesus, e aqueles que conhecem são perseguidos e muitas vezes até mortos, visto que é um continente de maioria muçulmana (para quem pensava o contrário).
Há aproximadamente 10 anos, um dos pastores de minha igreja buscou uma direção de Deus sobre o que fazer em após visitar Nampula, em Moçambique. Em maio do ano passado (2012) o mesmo pastor, Rafael Zimmermann, partiu para o campo missionário, tornando realidade o Projeto Ide África.
Acho que não tenho muito a dizer, apenas que fico extremamente comovido sempre que vejo o quão sofrido e ao ver o que Deus está operando naquele lugar através de várias pessoas. Sei que o Pr. Rafael Zimmermann é apenas mais um dos vários que foram chamados, mas cada um que colabora faz uma grande diferença e contribui para o Reino de Deus e para mais vidas salvas.

Se você tem condições, se você tem um chamado, ajude, contribua, ore, aja! Ainda muitas vidas que não foram alcançadas.


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